auspiciosa embarcação

Nos recônditos velados, desabrocham sementes de fogo efervescente,

Incendeiam a lamparina que clareia grutas, pedras em articulação,

Comovem aqueles que ainda percebem os gostos dos pomares,

Terra fecunda, úmida, temperada com precisão para conceber

Um embrião de rocha, homens de eras antigas

Contemplavam novas hortaliças, na direção onde famintos

Orientavam bocas insaciáveis, línguas que, ao penetrar

Na atmosfera renascida, uma donzela virgem sucumbia

Concedendo vida a uma árvore colossal, entrelaçada com a mente

Dos que se prostravam, aguardando auspiciosa desembarcação,

Rompendo céus, a terra metamorfoseada em hálito de redenção.

Ninguém lá sabia amar, tinham estômagos, não beijos,

Fome imemorial fluía pela pele, lembrança represada,

À espera de um milagre gestado em recônditos abrigos,

Sementes de fogo nascendo efervescentes,

Famintos apontavam bocas insaciáveis, línguas que, ao se imiscuir

Naquela balsa ressurgida, donzela perecia para que a árvore surgisse,

Não pelas copas, mas pelas raízes que a terra engolia,

Indissociável dos pensamentos daqueles que se ajoelhavam,

Antecipavam uma chegada magnífica, céus se desdobrando,

Terra convertida em alento de redenção.

À espera do milagre como mãos emergindo

No coração dos que mantinham olhos perspicazes.