Pérfido tempo

Pérfido tempo

O ciclo, esse pérfido atroz

Apressadamente marcado pelas linhas expressivas,

Imperceptível na presença do caminho

Massacra o juízo bondoso.

Fastioso pelo movimento do tic tac

Acobertado pela mudez que entoa,

Vai aterrorizando o coração aflito

Pela correria dos encargos diário não atendido.

No horizonte o olhar se curva ao poente

À mente se ocupa no novo despertar,

Como se fosse o último da sua era

Buscando perseverar com ternura.

Agilmente as horas sucedem

Como correnteza do rio que peregrina

Desaguando no mar furioso

Fechando assim o ciclo da água.

Permanece constantemente o tic tac

Abandonando-o para trás quem não o acompanha,

Sem piedade o ciclo assume seu papel

Deixando saudade a quem se privou.

Lucimar Melo
Enviado por Lucimar Melo em 27/01/2024
Reeditado em 27/01/2024
Código do texto: T7986239
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