A paciência da flor

Flor que desabrocha

Há um fruto que a guarda

Enquanto os insetos

Mordem cada pedaço

Inalam o cheiro

Vivem para

Revelação futura

Transformação

Maturação

A flor tem um

Sentimento fiel

Ao senti-la se faz refém

Pega-la é a crise

De delicadeza

E sutileza

Odor superficial

Com dor profunda

Hora do desabrochar

Marcado para uma

Momento da morte

Feito no passado

O futuro aguarda

Com o desabrochar

De uma flor póstuma

Que nunca morreu

Só pereceu

Ressureição a toda esquina

Mortes a todas avenidas

Mas, até lá

Vamos sentir todo odor

Mais profundo

Único

Do âmago da vida

Dias bons sempre estão por vir

Coisas boas estão por vir

E paciência a acompanha