Algodão Doce
O final desta tarde
Cai como algodão doce,
feito no sopro incandescente
do amigo sol poente.
Uma tarde viva, serena,
prepara a próxima noite
com um delicioso poema,
um poema de algodão doce.
Os fios brancos se entrelaçam
nas cores ardentes desse céu
e tornam-se como um véu
dos sonhos que da alma emanam.
Nascem perfeitas esculturas
de uma arte tão moderna
que nunca deixará de ser moderna
mesmo em gerações futuras.
Minha alma contempla essa calmaria,
que faz cessar a triste romaria
de pensamentos confusos,
sem sentido, soltos, difusos.
Só por esse instante, de mim,
o que não é corpo flutua,
o que é relaxa,
na longa marcha
da estrada da vida.