FUGA

Houve um tempo,

distante das coisas

do passado,

que havia poeira sob os pés.

Andávamos

e nos víamos nas

cicatrizes das pegadas.

Não era apenas passos,

era uma jornada

para alguns dos infinitos.

A estrada era nossa constelação,

onde cintilávamos

com o melhor brilho

dos amanhãs.

Os trilhos que regiam

as manhãs

não eram vagos,

eram nossos vagões!

De tanto sonharmos,

preenchemos as nuvens

com a espuma daquilo

que éramos,

no leito que dormíamos

nas insones noites de amor.

Mas ainda faltava algo,

e sua ausência veio

me dizer.

Não procurei traduzir

as linhas do silêncio

e no desconhecimento

da caligrafia d'alma,

seu corpo se evadiu

e me deixou

na companhia perpétua

da saudade.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 02/02/2024
Código do texto: T7990943
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