Sacralidade

Na vastidão do tempo, a secularização se insinua,

Um sopro que desfaz os laços com a divindade,

A humanidade, em sua jornada, se desnuda,

Despindo-se das amarras da sacralidade.

Antes, os deuses povoavam os céus e a terra,

Cada evento, cada suspiro, era uma ode ao divino,

Mas agora, a razão ergue-se, soberana e austera,

E o mistério se dissipa, num mundo mais cristalino.

Templos erguidos ao éter, agora são ruínas,

As preces ecoam apenas como ecos do passado,

O homem busca respostas em suas próprias minas,

E o sagrado se esconde, em recantos abandonados.

A secularização, qual mar revolto e voraz,

Arrasta consigo tradições e crenças ancestrais,

Mas no vácuo que se abre, há também uma paz,

A liberdade de escolha, dos caminhos imortais.

Não é o fim da espiritualidade, apenas uma mudança,

Um novo olhar sobre o mistério que nos envolve,

Na secularização, há espaço para esperança,

Em um mundo onde o sagrado em cada um se resolve.

YBEANE MOREIRA
Enviado por YBEANE MOREIRA em 16/02/2024
Código do texto: T8000366
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