Mundus est Poetica
Versos no anverso do meu ser abstrato e não linear;
Campo dos meus amplexos mais que simétricos;
Grafos das minhas redes e circuitos neurais perplexos
No contexto dos meus mais caóticos determinismos:
O "absurdo" do sistema formal da "inconsistência",
Posto isto, sinto a ciência de cada plexo que amargou,
Na penumbra gélida de uma noite solitária.
E eu ouvi o pós-modernismo português,
E depois, a Semana de 22 cristalizou-se no saber do nada
Ou na grandeza das coisas pequenas e inúteis.
Assim como a poesia o é, sou com ela um
E os instrumentos destes versos são o absurdo e a lógica,
O nada e o tudo, o ser e o não-ser, a verdade e a mentira,
A tese e a antítese, o eu e o não-eu, em síntese, o mundo.