Pano de Prato

Quando te beijei, Isabel,

Eu botei num carretel

As linhas da tua boca.

Te bordei como louca

No tapete da vida boa.

Depois de ficar à toa,

Finalmente vi a dor:

Você não me fez linha

Eu te bordei sozinha

No tapete da vida boa.

Desfaço o ponto cruzado

Do nosso beijo apertado.

Alcanço a canaleta tonta,

Quando chego na ponta,

Bordo um autorretrato

Num pano de prato.

Arremato meu amor

Em um nó solitário

Me guardo num relicário

Eu, um pano de prato!

Essência de poetisa
Enviado por Essência de poetisa em 23/02/2024
Código do texto: T8005221
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