Entre asas
Borboletas voam sobre mim
Pousam na minha perna, na minha mão, no meu sapato
Logo sinto que para além das estações amargas
Algo sente nossa doçura
Sou leve como as asas delas
Mesmo que às vezes sou uma pata de elefante fincada no chão do quarto
E essa ambivalência vai se contrastando
As borboletas me sopraram coisas quase inaudíveis
Quase
Alegraram meu dia
Porque me senti vivendo o extraordinário momento que passa
Estava triste com os desencantos com as desilusões
E as miudezas acalmaram um pouco do meu pequeno coração
Feito de carne e pulsões
Quando sinto, não sinto pouco, não sinto pela metade
E esse sentir tão profundo que arde
Mostrando algo que não enxergo ainda
Devo aprender algo
Algo sobre como reajo
Sobre as sensações que me atravessam