TROCA DE ESTAÇÃO

TROCA DE ESTAÇÃO

Enquanto o outono não chega

Rendo-me ao ocaso do verão

Entre suores d’uma refrega

De amores em ilusão

Foram-se os calores e arrepios

Os cantos e encantos apenas pios

E qual folhas em galhos ressecados

Ao chão vão sem volta os pecados

Apenas lembranças armazenadas

Em estações passadas

Que agora sumiram de horizonte

Ficam para implodir a ponte

Jogando por terra o desejo

E por mais que exista o ensejo

Não há resposta corpórea vigorosa

Capaz de aplacar as angustiosas

Saudades das eras antes amorosas

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 24/02/2024
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