Algo entre
Mais segura de mim
Acolhi minhas respostas
Elas vieram surgindo lentamente
No meio do abismo existia um grande espelho
Compreendi minha dor
E ela me libertou
Foi como colocar uma lanterna no inconsciente
Voltar dez casas
Reviver as sensações do passado em câmera lenta até entender o presente
Agora que saí do purgatório, da via-crúcis da alma
Estou pronta pra ressurreição
Estou quase no fim da idade de Cristo
Depois da última morte
Posso enfim renascer
Mais forte
Mais consciente
Um pouco mais madura, não o suficiente
Porque a vida ensina o tempo todo
Basta ter olhos atentos pra enxergar
Me aceito assim
Um ser que aos poucos vai se lapidando
Soltei a corrente pesada da possível perfeição
Sou orgânica transmutável
Sou a luz e a sombra do meio-dia
Sou a busca
O vento intenso que descansa pouco
Sou algo entre cérebro e coração