TARSILA

Tarsila

Não se fala mais de você, Tarsila

Sua obra, seus romances,

Suas casinhas de portas e janelas

Olhos infantis a nos mirar.

Calaram seus desenhos modernistas

Límpidos e grandiosos,

Como o claro do sol.

Esqueceram seus exageros

Tão significativos, Tarsila

E nós perdemos a possibilidade

De admirar a sua grande expressão.

Seu Abaporu antropofágico foi devorado,

A denúncia foi calada sob dólares,

Ninguém comenta suas cores fortes,

Cadê você, Tarsila?

Quero tanto o seu traço brasileiro,

Sua mão e mente cultas,

Que desenhe para o meu povo.

Não vejo mais a sua força,

Tarsila!

Está no azul do céu,

Mas o verde-amarelo ainda tremula

Na tela das nossas lembranças.

Descanse, Tarsila!

Dalva Molina Mansano

28.02.24

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 02/03/2024
Código do texto: T8010980
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