Sociedade dos excessos
Tentar entender alguém tão diferente de si
Talvez seja uma forma de amar
Num tempo tão cheio de opção e tão escasso de afetos reais
Em um click você escolhe no menu
Ou em um segundo excluí da vista
O vazio se torna proeminência
E cada um arruma um jeito de preencher
Achar esse termômetro
Onde o equilíbrio te encontra
É para poucos
Corajosos que investigam a si
Se construir depois das ruínas
É isso que faz os pilares serem fortes e potentes
Sociedade de excessos
Onde todos se perdem no muito
Muita gente disposta a te provar
Muita opção de comida
Muita gente querendo te beijar
Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo
Muita notícia e pouco desfecho
Muito caminhos possíveis
Quem vai pausar?
Quem vai te escolher entre tantos?
Quem vai te escutar de verdade?
É como um carro em alta velocidade
Que não quer parar
É muita adrenalina
Dessa maneira algo interno se ameniza
Alguma dor se torna menor e com pouca atenção
A queda em movimento é sempre dolorida
Mas talvez muito necessária
Pra conseguir enxergar os arranhões
Pra ver um pouco daquela estrada de outra perspectiva
Pra dar importância às coisas que realmente nos nutrem
Talvez não nos levem ao exagerado fora da lucidez
Ao contrário é a própria lucidaz
É o curativo
É a vida sendo apreciada
Como jóia rara
Como a dádiva que nos saúda todos os dias