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Aos poucos, a inércia dos átomos reinará.
Talvêz a última coisa a se ouvir em algum lugar,
seja o fantasma de um cisne que canta a morte,
enquanto sua plumagem, já petrificada e pálida,
jaz numa rocha tão distante quanto os primeiros dias.
Notas que não reverberam num espaço estéril,
que é túmulo e testemunha da extinção de tudo.
Cada coisa tão distante de outra, no tempo,
será sono do que foi vaidade de estrela,
e desejo de eternidade diante de toda fatalidade.
E aprisionado em sua geleira inevitável,
o cisne da noite mais profunda se cala.