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Aos poucos, a inércia dos átomos reinará.

Talvêz a última coisa a se ouvir em algum lugar,

seja o fantasma de um cisne que canta a morte,

enquanto sua plumagem, já petrificada e pálida,

jaz numa rocha tão distante quanto os primeiros dias.

Notas que não reverberam num espaço estéril,

que é túmulo e testemunha da extinção de tudo.

Cada coisa tão distante de outra, no tempo,

será sono do que foi vaidade de estrela,

e desejo de eternidade diante de toda fatalidade.

E aprisionado em sua geleira inevitável,

o cisne da noite mais profunda se cala.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 15/03/2024
Código do texto: T8020802
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