BALBÚRDIA
Papel sobre a mesa
caneta nas mãos,
uma lágrima decora a face.
Quero escrever uma poesia
preciso de um verso para me curar
e reestabelecer a paz
que já não encontro mais,
não reconheço meu reflexo
e tampouco sei onde me deixei por tanto tempo.
A vida parece uma cruzada
tento correr sem forças pra lutar
mas minhas pernas estão presas,
e meus pés fincaram raízes
no solo pantanoso do caos
é tudo desordem
e mal consigo sobreviver.
Busco palavras que enfeitem
rabisco estrofes que me convençam
de que está tudo bem
mesmo sabendo que não está
o mundo é barulhento demais
e no alarde dos estrondos
não consigo ouvir
a voz baixa do meu coração.