BELEZA DE SERTÃO
Galhos secos na paisagem árida
imenso céu azul
toca o solo de tons mostarda
As árvores imponentes sobrevivem
em sua insistência verde.
Terra de sons e cores,
dores do sertão
A água tarda.
Poesia da imensidão seca
natureza (quase) morta
teima em viver, peca.
renasce, frutifica e alimenta
terra de grãos... há fome no chão
muito mais há, amor no coração
nordestino sem destino
primeiros trovões... olhos de chuva
dão de beber e matam a fome
alimentam a esperança e florescem os sonhos
numa harmonia gutural
arar
plantar
colher...
círculos perfeitos
o caboclo alarga o peito
sorve o cheiro molhado
tateia os grãos
Suspira o forasteiro:
- Que beleza de Sertão!