SERRAGENS

Lembro — e sempre — quando trafegávamos

De corpo sobre corpo — uns — uma só estrada

Dois motores que consumiam a mesma bebida

Um, a garrafa, o outro, a bocarra do alcoolista

O seu perfume de bairro e o meu de proibidas

Aquelas línguas sujas de onomatopeias vadias

Fomos mesclados sob o acetileno que escorria

Entre o brilho incandescente das nossas folias

Lembro, e tão quente quanto, que na sua senzala

eu reinava — e que à minha, você era a majestade.