esquecimento

Descer esse labirinto com os olhos ainda abertos,

e de esquina a esquina, perder cada uma de suas perspectivas,

quando não, guerra em sorvê-las para o peito,

e destituir camadas após camada o pouco alento,

herança da casa onde o tempo não pesava

e o piso ainda não havia se rompido

(quando rompeu, ah, desastre e tamanha glória!)

reservar o vazio para a hora mais duradoura

e vibrar quando a folha mais verde, enlouquecida

pelo vento, não deixa a mangueira, sorte! duvido, ou não

era sua hora, embora muitas folhas saibam que

o vento as torna violentamente mais encantadoras,

e quando, apenas brisa, o sonho é absorvido como se

as diversas formas, que logo serão rastros de

silhuetas que nos perdemos tentando expressá-las

pelos lábios ou numa conversa, mas há de se dizer

do paraíso! esquecimento germinado até crescer

e as redes e tremores cederem, não morrem os nossos

amores e os apedrejadores não teriam tempo se a felicidade

é tão encantadora. No máximo esse rio de nós

mesmos, a seguir, correr, inundar, rasgar para sempre

essa terra até que o mar o devore para ser esquecimento.