O Silêncio

Eric do Vale

Há momentos em que...

Não tem nada para dizer,

Mas dizer o quê? As vezes,

Ou sempre, haverão vezes

Em que não haverá precisão

De não dizer coisa alguma,

Porque, na grande maioria

Das vezes, inexiste qualquer

Tipo de precisão a qual

Precisa-se dizer alguma

Coisa, a não ser entender

Que, naquele momento,

É preciso mais do que

Compreensão, precisa-se

De tempo para entender

A necessidade de respeitar

O momento e, então, dar

O tempo ao tempo.

As vezes, ou na grande

Maioria das vezes, precisa-se

De tempo, muito tempo,

A fim de dar um tempo.

De um modo, que esse tempo,

Em meio a tanta tensão,

Com o propósito de trabalhar

Toda aquela tensão a qual

Estar por atravessar

Venha a ser superada.

Necessita-se silenciar

A fim de se entender

A necessidade de maturar,

No instante em que não existe

Nada de bom para dizer

E mesmo que se tivesse,

Não haveria nada o que fazer

Para quebrar esse silêncio.

É preciso compreender

Que existe a precisão

A qual precisa-se

Amadurecer a fim de

Melhor abranger

Os horizontes, outrora,

Limitados pelas circunstâncias

Para melhor circundarem

Os novos ciclos.