Diálogo noturno

“deve ser da alma agigantada”

mas me conduzo sem calma

é da pequeneza que minha boca é cala

é de temer a morte que me vem a vida

“é de detestar me os desvios que vejo finda”

é de afogar que me vem o fogo,

é de mentir que sou só mentira.

“é que o mundo não me contém na língua”

é que eu nasci assim, alienígena,

pobre menina, anda inda sem companhia,

poeta que não fala, se mata em dor

é que nunca na vida falei sem pudor.

— Sofro ! sofro de tanto amor,

morro na ânsia de consumir me o calor,

queima me a alma mas sou gelo,

sofro! por não ter te sequer a dispor,

morro ! em meu mar de virgem amor. -

Luana Cezar
Enviado por Luana Cezar em 29/03/2024
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