Agora sou cais...

Acaricio um verso erudito,

um suposto mar envolto

em transparências e pedras.

Remos se projetam

num convés de nuvens esparsas.

Se naveguei falsos espaços

não foi por ausência de águas,

mas de mapas que me guiassem

em minha travessia interior.

Agora sou cais, sopro do tempo

e minha nau um verso erudito

a navegar num suposto mar

de mastros e convés sem velas...