Cantos de Baal II

Tudo bem!

Eu confesso

que nada tenho

que nada sou;

sou o ridículo rindo

de suas próprias desgraças.

Somos o ouro, a prata e o bronze;

Somos a mais patética obra da globalização.

Meu medo é soma de todos os outros medos,

Meu canto é o canto abortado de Maldoror.

Não sou poeta

Tão pouco meu instante existe.

A insatisfação é minha alma

E está incompleta,

Pura e bela,

E não devo nada a ninguém.

Vamos ver na capela

Nossos ossos que foram carne flamejante

Um dia e mil noites.

Fabiano Vale
Enviado por Fabiano Vale em 03/12/2005
Código do texto: T80351