ESTRANHOS CAMINHOS

Não podemos escapar da ação do tempo em nossa vida e em nossa própria carne, mas apesar do tempo nunca voltar, ele não se apaga das nossas lembranças, o que nos permite revivê-los, quer para alimentar momentos de sonhos, quer para que possamos reavaliar atitudes do passado.

Me sinto perdido nos meus pensamentos,

nos sonhos de tantos caminhos do nada,

que percorre o vazio

de uma vida cansada.

Na dimensão do limite

ninguém arrisca um palpite.

Mas o tempo não para,

logo um cabelo branco ou uma ruga na cara.

Chega o cansaço do tempo,

que escraviza o coração.

Percorre o mesmo caminho

e lhe pega pela mão.

Mas na voz uma pergunta

de cobrança ou gozação.

O que fizeste da vida?

meu caro amigo ancião.

O tempo que passou já se perdeu,

mas as lembranças que ficaram no peito,

testemunham a certeza de ter feito

tudo o que a vida te ofereceu.

Mário Margalho
Enviado por Mário Margalho em 09/04/2024
Código do texto: T8038234
Classificação de conteúdo: seguro