CONJUGADO
As pontas beges das esquinas
Cintilam, cintilam de mansinho,
E no estacionamento da noite escura
Furtam, furtam esta sinfonia muda
Entre carpetes polpudos e sofás,
Em ais e gemidos de sobressaltos,
dobram o horizonte de joelhos castos
no trago amargo da meia-noite alta
entre doses, teclados e mensagens,
tramam à goela metileno do espaço.
Venha… E diga-me coisas mentirosas
a fim de afanar de toda a minha vida
a fuligem das estrelas sujas e nebulosas
do meu coração conjugado e sem portas.