Ela Não Sabia Beijar
Grega.
Em pé na minha frente,
Timidamente.
Perto de mim.
O cabelo em dois nós.
Ela falava algo que não lembro -
Dificuldades no foco.
Vestido longo, longo decote.
Seus braços, armados.
Um corredor escuro
Com chuvas ao fundo,
Barulho de passos.
Vem o abraço, ansioso;
E um beijo.
Ela fecha os olhos
E encosta os lábios,
Lábios fechados,
Conhecendo os meus.
Os seus me abraçam
E me cegam.
A pétala sorri e ela concorda,
Mesmo com o atraso...
Os laços que a mantém me prendem
No desespero.
O paladar - viciante.
Ela abraça meu pescoço com força,
E pressiona sua quintessência
Com inocência.
Sua respiração no corpo se faz presente...
Um primeiro beijo - infantil,
Devagar, demorado e movimentado.
O que escorre na sua vida
Preenche a vida sua
Nos cantos vivos que são interrompidos
Por outras vidas.
O corredor? Vazio.
Ela não sabe.
Mesmo assim o faz.
A Grécia não é o suficiente.
Poderia um beijo me seduzir?
O tempo está triste...