MORADAS.

Moradas,

Das tantas que já tive

Por uma encantei-me

Das janelas tão abertas

Havia mundo ao redor

E brilhavam os olhares.

Quando do dia, descia a noite

Entristeciam as estrelas

Ofuscadas pelo brilho

Que morava em nosso olhar.

Batidas descompassadas

Desafinavam estranho som

Lá no cômodo dos sentimentos

Coisa dum tal de coração.

Muito mais que uma estada

Nessa morada eu quis ficar

E quedei-me a chorar

Quando em mim, não foste lar.

E quanto mais de mim desabitavas

Muito mais em ti, eu quis morar.

Elenice Bastos.