MATINÊ
Ouço da escuridão um estampido
E vejo algo que jamais havia visto
O meu espírito fugindo de mim
Dizendo que eu sou seu castigo.
Vejo do fumaceiro um figurino
E ouço algo que jamais havia ouvido
A minha voz, de fora, falando comigo
Dizendo que eu sou seu labirinto.
Abro as janelas na tarde plena das quinze.
O ar me respira. E finjo o próprio melindre.