Vitrine
Vitrine
Estonteado por reflexos,
Me vejo em tal qual,
Em perfeitos ruídos, eu ouço tal mau
Visões de mundos, versos e versões, pessoas, mentes e corações.
Sucessos brilhantes, pequenos fracassos, e aqui me encontro na vitrine, fingindo em versos sucessos, amiudando mentiras, vislumbrando coisas simples e corriqueiras, as quais não dei vez, pensei que seria lucidez, mas foi minha pior estupidez.
Concupiscência, ganância, desejo, prazer…
Eu vejo o prazer como um Deus, olhe nos olhos de seu traidor, e verá arrependimento, olhe nos olhos de alguém que busca o prazer, e não verá nada, vidas destruídas como a minha, sinceramente, ainda me acho uma piada.
Eu não sei oque me aguarda, sempre fui aviltante, se existir um Deus, não me perdoe, não mereço, pois não me prostro em igrejas, e nem sei ler o terço.
Ações que me levam a trapear, tal vida insípida me leva a abrandar, barganhar, vislumbrar e ganhar.
Coloco-me na vitrine, observo meu reflexo, reconheço minhas falhas, e as alcanço, já que sem elas, eu não sou a mim mesmo, mas reconheço que me canso, me mato e me amo.
Me afogo em perdas, tentativas, águas rasas de emoções malditas, em meu semblante, mais que vago, em passados e vitrines me comparo, me disparo, me vejo entre vertigem e marasmo.
Já sonhei em conquistar o mundo, mas ele me conquistou, já sonhei com liberdade, lealdade e amor, agora, frequento espelhos para obter verdades, mas só vejo almas, mentiras e maldades.
Não foi o'que escolhi, foi a chance que me deram, abracei com tal força que fora impossível de escapar, observei com tais olhares que era impossível de negar, não tento esconder, nem correr, eu aceitei, tentei e falhei, mas agora, não tem volta nem esperança, meu pescoço rodeado, sufocado, a cada segundo que aguardo, é só uma prova do meu fracasso.
Em minhas mãos, navalhas pingam, em meus braços não se pulsa mais vida, e no final de tudo, me sobra uma vitrine vazia.
Autores:
-Victor Hugo Ferreira Campos
-Lisie Quenhhen Portela