Carrossel da ilusão
Um dia caminhando por aí, me perdi.
Me perdi nas entranhas da ilusão.
E nas vertigens que o mundo me fez sentir.
Nas voltas em volta do mar,
um petroleiro apitou e afundou.
Balancei também e afundei.
Afundei-me na mágoa da solidão
e nas águas que o mundo me fez beber.
De volta à orla do mar, alguém com doçura
me acolheu e desapareceu.
Fiquei só, temi e desapareci.
Desapareci dentro da solidão
E no vazio que o mundo me fez sentir.
Chorando à beira do mar.
O vento o pranto parou.
Parei também e cantei.
Cantei para dispersar a dor.
A dor que no meu peito o mundo fez crescer.
Sorrindo em frente ao mar.
Uma imagem refletiu e sorriu.
Agradeci e também sorri.
Percebi que era eu.
Eu que o mundo em sua
imensidão escondeu.
E depois de tudo
Permitiu-me encontrar
Para que nunca mais
Eu deixe de me amar
Alaide Santos
Enviado por Alaide Santos em 03/12/2005
Reeditado em 03/12/2005
Código do texto: T80510