Estrelas

 

Eram cântaros de barro carregados de saudades.

Eram carroças primitivas traçando caminhos tortuosos

Eram homens rudes e mulheres sofridas

Eram amores talhados a fogo, procurando a primavera.

 

O vento forte e empoeirado feria a pele.

No rosto as cicatrizes falavam do tempo...

Do passado vagas e doídas lembranças.

Do futuro, carregava-se apenas a incerteza.

 

Eram noites ao relento, sob a chuva ou a lua.

Eram poucas palavras e milhares de pensamentos.

Eram desejos interrompidos pelo estalar do chicote,

Era o uivar de lobos, quebrando o silêncio.

 

Mas nas noites escuras, o céu se iluminava,

E milhões de estrelas cintilavam como fossem pirilampos.

E a vida premiava o dia e prometia outro mais...

Fazendo valer cada linha, da história a ser escrita.