Devaneios
Vem com teu vestido franjado
Vem comovidamente...
Vem solene com as mãos caídas
E traz os montes longinquos
Junto a brisa da madrugada.
Sente a nostalgia do bater se sinos
Que dobram para ti...
Põe na montanha um bloco de teu corpo
Com veredas vencidas
De distâncias imprecissas.
Vê a beleza do crepúsculo
Que se espalha pelas montanhas
Com arrebois esmaecidos
Tristes como os da minha terra.
Planta a raiz de todas as árvores
Cujos frutos sejam nossos sonhos
E nossos gestos soltos
As estrelas luzindo em tua mão
Mostram mistérios escondidos...
Sufoca teus soluços
Que abafam mágoas de antigamente...
Perdi minha eloquência nas arestas escondidas.
Ah ! Como este mundo é velho !!!
Ainda sinto perfume nos caminhos
Olha-me em silêncio...
Fala baixinho
Porque sabes quem sou...
Vany Campos
04/01/008