Eu não posso fazer nada

Eu sinto muito

Apenas com as minhas palavras

Porque geralmente não sinto tanto

Porque eu tento evitar

Porque eu já sinto muito pela vida

Eu já sinto muito pela espécie humana

Por sua loucura desmedida

Desculpe

Eu não posso te ajudar

Se tivesse como...

À espera de quem me ajude

Eu poderia lamentar

Mas seria só eu

As tragédias continuam

Culpa da natureza

Do homem

Da própria existência

Sempre entre o equilíbrio e a entropia

Até um dia tudo isso acabar

E as águas continuam a nos matar

De sede

De afogamento

De tristeza e agonia

E que os suores salgados de prazer

E as lágrimas doces de alegria continuem a nos salvar

Todo dia