MINHAS ROUPAS ESTRANHAS

Visto roupas estranhas

Escrevo poemas sem sentidos

Tenho cores e dores

Vejo um mundo riscado de planos

Trago uma alma que vaga

Um peito que rasga e sangra

Sou um poeta estranho

Rabisco estradas e quebro espinhos na carne

Dia desse, vagando entre astros, fui ao inferno aparar arestas de minhas entranhas, soltar sonhos vermelhos e medos sem fim

Hoje, com frio e fome, me agarro no que sobrou de mim sem saber pra onde ir.