SEM TEMPO

Sou feito de aspas, raspas e restos do que fui

Tenho cacos na alma, pedaços de sonhos e trapos na memória

Falo de prantos, almas e meu peito que arde sem cessar

Vou virando mundos, gritando no escuro do que sou e voando por um céu sem fim

Tenho procurado mapas, andado em circulos e seguido em linhas quebradas

Sou feito ondas

Hora vejo, hora bolas

Hora sumo, noutras me perco e viro espaço passado

Sem tempo, sou um relógio parado, um ponto mudado e a história contada