Inconfidente

Se eu conseguir que você deite em minha cama...

Beba em minha boca um beijo a profana;

Deixe sair de teu corpo as vestes sem que em tua cabeça pese o pecado.

Eu, sobre a tua nudez sentirei um sonho realizado.

Quando em par com os teus sussurros,

Por terra sentir cair os muros.

Verei enfim, ascender desde os cabelos soltos,

As mãos que hão de me cingir ferindo-me a pele;

Envenenando-me letalmente de amor quando contra o peito sequioso de desejos

Mostrar de vez a mulher...

A bela que há tempos, em cárcere de regras sociais, espera pelo amante despertar a fera adormecida.

Quando em teus olhos fizer a leitura das tuas emoções,

E os verbos da alma versarem ao juízo dos teus ouvidos te deixando louca...

Não serei eu senhor do mundo, mas o teu escravo, que sob os teus desígnios,

Irei me embriagar no cheiro de tua carne, consumindo vorazmente a tua energia,

Mordendo e comendo os teus seios,

Participando ativamente da tua fantasia...

Dando de mim, mais do que recebendo noite e dia,

Para morrer e nascer em cada gozo, por nós tantas vezes dividido.

A eternidade de cada segundo inventado por mim e por você não será argumento das Dores, se não quando te fores deixando comigo e partindo contigo a companhia de uma saudade.

Se o amor vier, que venha movido pela vontade...

Aquela necessidade adolescente, às vezes, incontrolável de querer estar ao lado do outro.

Se queres saber, me sinto a vontade para dizer, que já vivo de ti.

Espero as horas, que o dia qualquer, se torne importante, com o teu sim, para o começo de nossa liberdade.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 07/01/2008
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