A Praça de Todos Nós

 

Muitas vezes sentei-me nos bancos das praças 

A mascar chicletes como a mascar a vida.

Vi pessoas apressadas a passarem, pipoqueiros,

Carros a buzinarem, meninos barrigudos.

 

Quantas vezes sentada nos bancos das praças

Filmei da minha visão telepática o caos urbano.

Uma mistura salobra do que é belo e feio.

Cena patética dos arvoredos e a lama. 

 

E as redes sociais? Elas estupram a consciência,

A desigualdade mancha as páginas de sangue,

A sociedade de sorriso amarelo samba,

Samba o ano todo para pagar as contas,

A praça é nossa.