Mas ele chegava e partia...
Ele era seguro em tudo que fazia, mas ele não entendia o que ela vivia e dizia.
Às vezes, com um olhar fixo ele se sentia mais carente diante de um mundo que nada mais o oferecia.
E já sem jeito, com os cabelos enrolados, ela, impaciente imaginava o que tanto se passava dentro de seu coração, que se alterava ao simples toque das mãos.
O que mais podia fazer tão bela menina?
Onde mais iria parar seus charmes e suas manias?
Ela, boba sonhava...
Ele, apenas falava... E falava.
Falava sobre os motivos das desordens sociocultural, das religiões, línguas e emoções...
Sua decadência experimental.
A um certo tempo, a vida dela não era mais a mesma, ela sentava calada as vezes,pouco angustiada, e não sabia exatamente pra onde seguir.
É que aquela mulher de 40 tinha se perdido nos desejos da garota de 15.
...E pra ele o que menos importava era o que ela esperava sobre aqueles assuntos que ele prometia.
Porque ele chegava... Mas depois partia.
Partia também o coração.
E sobre sexo, era só fantasia.
Ele queria só tesão...
E ela, uma boa companhia.
Ele cantava sua própria vida, como um filme de ficção.
Enquanto ela buscava um conto de fadas, monótono, sem emoção.
No fundo existia uma certeza:
A menina sentada na mesa encontrara uma triste paixão.
Havia também uma pergunta:
Quanto tempo ele suportaria para ganhar a noite e uma menina? E logo... Seu coração.
Mas ele chegava e partia...
E ela? Chorava então.