Contra-Oração a loucura.

A cada ser humano, criatura que procura
Esteja destinado mais de loucura
“Mas como? Como? O que? O que? Hein?
Tanto insano é este mundo que dá voltas ao Deus dará.”

Lírica loucura e bruta insanidade
Seja fato consumado, nada há o que temer
Pois loucura em verdade fertiliza os pensamentos
Está no gênio dos artistas, no sumo dos momentos
Sobre assas anarquistas, na beleza dos tormentos

Na hipnose coletiva que a música nos dá
Na natureza intransitiva, influi por nós, sem si notar
Delírio de paixões, no sexo, orgasmos...
Livres da obstinação em substâncias e espasmos

Como tudo o que se vê
Emoção, filosofia, ação, sentimento
Está tudo moldurado, com hipocrisia cimento
Pior protocolado. Tudo está protocolado!
Permissão para amar, concessão para ser amado
Coisas a julgar, antes do primeiro passo

Ser ou não ser! Reproduz a Criatura, ente-autocondenado
Ser além de sua loucura, adiante do alienado
Alias o que é ser?
Se só somos, quando fomos, visceralmente influenciados
Por conseqüente, mais loucura aos ouvidos dos tapados
Obtuso de si mesmos, chupim, aculturados

Assaz loucura com elegância, prumo de sentimentos
Loucura com constância, tênue discernimento
Declara-se com ternura a contra-oração
Em cada verbo há loucura, longe de alienação

É a loucura dos artistas, dos poetas, dos cientistas
Que calculam incansáveis a 5º dimensão
Loucura in natura, da quieta alma que ecoa
Pouca e ainda louca, geral libertação.








Beth Jardim
Enviado por Beth Jardim em 10/01/2008
Reeditado em 13/09/2010
Código do texto: T811173
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