Tema para um amor que nunca esqueci

Minhas palavras, quisera eu que minhas palavras tivessem vida,

E que fosse uma vida além do papel em que elas se concretizam...

Palavras no papel com o tempo apagam-se, e a história é esquecida,

Mas queria elas com vida, nos detalhes que me sensibilizam...

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Para que elas pudessem falar por mim, ou até estimular,

O que eu pela vergonha, deixei preso em versos de poesias...

Porque muito falei de amor, mas com o tempo esqueci de amar,

Mas eu amei, lembro-me até como foram os últimos dias...

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Por quê quem ama jamais esquece, não se perde na lembrança,

E chora como criança, com a saudade que o tempo não levou...

Fica até desorientado, mas é acordado por uma única esperança,

De ter de volta aos seus braços, a pessoa que sempre amou...

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Então me envolvo com um tema, para um amor que nunca esqueci,

E as palavras parecem não fluir, pois ficam presas na garganta...

Tento joga-las ao papel, mas são palavras que nunca escrevi,

E também não sei se li, são textos não resolvidos de meu mantra...

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E nele as palavras, as palavras malditas, palavras mal faladas,

Que não me fazem esquecer, a dualidade desse perdido amor...

Ficamos no tempo, nas sombras perdidas das encruzilhadas,

Encruzilhadas da vida, e na vida as sombras de um dissabor...

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Então trago um novo tema, e nele palavras sem concordâncias,

Com rimas discursadas em falsete, mas não vou errar sem tentar...

É o tema para um amor que nunca esqueci entre as distâncias,

Pois eu parei no tempo, enquanto ele continuava a caminhar...

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Esta faculdade de amar, é ilusória e sem medidas, sem argumentos,

E nunca levará ao esquecimento, ao amor que amei...

Se eu pudesse voltar no tempo, seriam diferentes os momentos,

Mas, contudo, são coisas que pela eternidade jamais saberei...

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Só em sonhos posso viver o passado, são utopias, são devaneios,

E tento trazer de lá verdades para cobrir as minhas mentiras...

Mascarando a realidade, para disfarçar a vida desses anseios,

Fechando as janelas, e escondendo-me de olhares em miras...

Porque a cada olhar perdido, eu tento encontrar o seu olhar,

E tento sorrir na continuidade deste tema que sem querer escrevi...

É porquê bateu uma saudade, uma saudade louca de amar,

Há este amor que se perdeu na vida, e que nunca mais o vi...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 10/01/2008
Código do texto: T811202