A criação do eu

Somos assim

Como que feitos de bruxaria

De uma magia sem explicação

Que de feia torna-se bela

E de torta torna-se reta

Caminho extenso na criação.

E que somos nós senão pontos

Estrelas ou riscos de caneta

Realidade ou ilusão

Somos porque somos

Sem explicação ou coerência

E ao mesmo tempo pura matemática

E ciência, exata, mas quando filosofa

Perde as estribeiras e se entrega

E nega à deus ao diabo

E ama o homem e a natureza

E morre e nasce, renasce, respira

E se afoga e vibra

Como corda, música ou forca

Harpa dos anjos, rock convulsivo

Somos complexos e por isso

Simples como apenas nós

Somos.