CARTA DO SOL À LUA

CARTA DO SOL À LUA

Este amor é intravenoso

Carne dilacerada, pecadora

É vertigem do homem

Os atos explicam os fatos

Somos frutos da nossa intensidade

Nosso calor é regado a erro

E o nosso tato é química pura

Fomos enganados pelo tempo

em desacordo às atitudes

Eu, Sol, queimo à tua espera

e sei que longe de mim esfria-te, Lua

Seremos eternos enganos em becos perdidos

onde entre a distância há um obstáculo

Seremos amantes eternos, mera saudade

Somos a fala muda

dos ventos que sopram nossos reencontros

Minha função é clarear o dia

E a tua, observar a noite

Entre nós: a terra a girar

Mas somos felizes

por saber que nos amamos

e que entendemos

a eterna necessidade de nossos corpos

Seremos, cuidadosamente, sempre nós

Clebber Bianchi
Enviado por Clebber Bianchi em 14/01/2008
Código do texto: T816364