VIAJANTE
VIAJANTE
Viajante das antigas eras.
Queria ser o que foram meus pais.
Caminho no presságio infindo
de um amanhã que não chega.
Boreal não se reconhece na alfombra
aziaga da angústia.
Inclino as vestes no amanhecer escondido
de um dia qualquer.
Visto-me além túmulo
como lírio qualquer.
Caminho na pressa
infinda de não contar com o amanhã.
Reconheço um pesado passado de flamas e trevas.
FERNANDO MEDEIROS
Campinas, é janeiro de 2008.