O Peixe Azul

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

A noite engoliu o sol.

Devagarinho, o sol digeriu a que o engoliu

E se fez nascente outra vez!

Ou foi a própria noite que digeriu o sol

E se fez dia novamente,

Para recair intinitas vezes nas trevas

E se levantar com a luz?!...

Ricos apertados e pobres folgados,

Isso também existe debaixo do sol.

O orgulho de uns poucos, além de perdê-los, perde a muitos!...

O egoísmo de muitos afeta a todos.

Um jogo duro,

Um fogo puro,

E as almas dando-se mal ou bem

Nas provas que lhes são impostas.

As reações variam, de alma para alma.

Umas aceitam as provas e se redimem.

Outras, recalcitrantes, revoltam-se

E atrasam-se mais ainda.

Hoje eu vi um peixe azul, o budião.

De escamas com reflexos azuis, o peixe abatido

Que o mar criou e minha câmera fotografou...

Não preciso comer do peixe, que é bom.

Basta-me sua beleza sem dor

Em seu corpo furta-cor – o peixe está morto.

As almas boas devem ser azuis

E muito mais bonitas do que o peixe azul!

As almas feias, coitadas,

São belezas aleijadas,

Alijadas ao esquecimento da luz.

Sem luz, são só sombra.

E incomodam...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 17/01/2008
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