TEMPO

A caminhar estás oh, tempo!

Poderias passar despercebido,

Mas alguns querem fugir de ti

E outros asseiam por mudar teu curso

E caminhas a teu próprio ritmo.

Ritmo lento para uns

Tão acelerado para outros.

E caminhas!

Sem te importar

Com o que pensa uns ou outros

Altivo e esnobe tens o poder nas mãos.

Poder de abrir e fechar feridas

Poder de fazer lembrar e por no esquecimento

Poder de tornar riso o que foi choro

E de fazer lágrimas o que foi alegria

És poderoso!

Quem pode te impedir de caminhar?

Quem pode tornar teus passos lentos ou rápidos?

Quem pode te dominar?

Quem?

Resta aos simples mortais esperar por ti

Ver-te caminhar

E, impotentes aguardar o que irás fazer.

Para um mortal a espera é longa

E tu, oh tempo, chegas a ser odiado

Pois não há dia, ou noite, ou relógio

Que possa te controlar, que te segure.

Não há cabresto pra ti.

Não passas, és eterno

E eterno é a tua caminhada em teus perfeitos passos

Finda-se o mortal

E tu,

Sem parar por um minuto se quer

Contempla o fim e ri,

Um riso sarcástico

Por ver que por um engodo

Acham que chegou seu fim

Pois sabes que és eterno

E ninguém, jamais conseguirá

A ti findar.

Silvia Pina
Enviado por Silvia Pina em 18/01/2008
Reeditado em 18/01/2008
Código do texto: T822815
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