TEMPO
A caminhar estás oh, tempo!
Poderias passar despercebido,
Mas alguns querem fugir de ti
E outros asseiam por mudar teu curso
E caminhas a teu próprio ritmo.
Ritmo lento para uns
Tão acelerado para outros.
E caminhas!
Sem te importar
Com o que pensa uns ou outros
Altivo e esnobe tens o poder nas mãos.
Poder de abrir e fechar feridas
Poder de fazer lembrar e por no esquecimento
Poder de tornar riso o que foi choro
E de fazer lágrimas o que foi alegria
És poderoso!
Quem pode te impedir de caminhar?
Quem pode tornar teus passos lentos ou rápidos?
Quem pode te dominar?
Quem?
Resta aos simples mortais esperar por ti
Ver-te caminhar
E, impotentes aguardar o que irás fazer.
Para um mortal a espera é longa
E tu, oh tempo, chegas a ser odiado
Pois não há dia, ou noite, ou relógio
Que possa te controlar, que te segure.
Não há cabresto pra ti.
Não passas, és eterno
E eterno é a tua caminhada em teus perfeitos passos
Finda-se o mortal
E tu,
Sem parar por um minuto se quer
Contempla o fim e ri,
Um riso sarcástico
Por ver que por um engodo
Acham que chegou seu fim
Pois sabes que és eterno
E ninguém, jamais conseguirá
A ti findar.