O VELHO E O NOVO
O velho, não mais transgride.
O novo faz tudo que o velho fez.
O velho esconde, mas ensina.
O novo aprende e renova.
O velho contesta,
O novo revide.
O velho pensa retilíneo,
O novo não pensa, age.
O velho romanceia o passado,
O novo proseia o presente.
O romance pode encantar,
A prosa excita.
Para o velho, o saber é tudo,
Para o novo, o desconhecido é mais.
Para o velho, o desconhecido é presente,
Para o novo, o conhecido é passado.
O olhar do velho alcança pouco,
O olhar do novo é infinito.
O infinito do novo tem limite,
O limite do velho está posto.
O pensar do velho é sapiente,
O pensar do novo é fugaz.
O novo sapiente é velho,
O velho fugaz é novo.
Os passos do velho são lentos,
Os passos do novo são largos.
Para ambos,
O ponto de chegada é próximo,
Depende aonde querem chegar.
Passos lentos e passos largos,
Ambos se encontram em algum lugar.
O novo se introduz,
O velho aceita.
E nenhum dano é causado.
Rui Azevedo – 18.01.08