ENTRE O PASSADO E O FUTURO (1)
BELA *
És bela,
imponderável Musa!
que adorna diversos
castelos de ouro.
És bela!
e teus sonhos enlevam
as rútilas cigarras
que morrem por cantar.
Passeias risonha
entre livros que nos
ensinam a mais bela
sabedoria divina.
És esplêndida, Musa!
Inconcebível de um verme
tal qual a mim.
És delírio no
sofrimento e seu fim.
És mulher
que significa amor,
em eflúvios cânticos
eternos de encontros felizes.
Roguemos fantasia e poder
à Musa que nunca vi!
Adornada de verdadeiras
pérolas encontra-se sublimada
nos delírios que nos
libertam do sofrimento
mais profundo d’alma.
És Beatriz de Dante!
A divina escultura aos olhos
sempre maiores e infinitos do Todo Poderoso.
ENTRE O FUTURO E O PASSADO
Parada abrupta,
bruta escalada.
Mundo por fim,
idéia rebuscada.
AGORA QUE O DIA...
Agora que o dia me avisou da aurora,
é o meu triste grito que se avizinha novamente,
para revelar o segredo da existência.
É um rever contínuo de esferas reverdejantes
caminhar com o novo ciclo das constelações eternas.
O encontro com o novo estar de ciclopes,
em inédito retroceder de tempos.
Caminho no compasso
e exanguo o amanhã
num aviso bendito...
Retinir-se no exemplo da concórdia,
já que a flor não resiste e
nem explica a sua constância de aroma.
e é já que o dia não trouxe nenhuma novidade,
nenhuma redenção...
VERDES LAGOS*
Verdes lagos
que se transformarão
em pedras preciosas.
Incríveis terremotos
que dão continuação
ao fim.
Vulcões em erupções
que afundam os pedaços do ser,
o transformar concreto pelo
fogo que virá.
Verdes lagos estão acima.
Verdes claros
são seus olhos de amor.
Amor que robustece,
o amor que sempre
vence, eternamente...
Verdes lagos a confluir
mares concretos
de pedras preciosas de jaspe.
Acima estarão as hastes
dos vencedores
e dos eleitos.
Nos verdes lagos
uma outra dança,
a dança vespertina
da felicidade
e do amanhecer.
Verdes lagos...
é agora, assim, que trago
a minha esperança.
Mas, aí está o dia
e a convulsão e o caos
e as discórdias e tudo.
Ainda não passam de uma esperança
nos seus olhos verdes claros,
grandes lagos de lágrima, ainda...
FERNANDO MEDEIROS
primavera de 2005
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NOTA do autor: quanto ao conteúdo das poesias assinaladas em seus títulos com o sinal ( * ), trata-se de conjunto de versos lidos, por mim, em programa da RÁDIO RENOVAÇÃO (105,9 am.)/Campinas-SP, intitulado “Ondas Mentais”, no decorrer do segundo semestre de 2005.