Chocolate

Ando às turras comigo

Batendo cabeça no batente

Lascando meu pensamento

Trincando dente com dente

Paredes desbotadas de mim

Racham meus versos

Figuras desfiguradas

Desmascaradas por fim

Alma deveras tosca

Nadando num mar de nada

Lua minguando fosca

Sem porto de chegada

Angústias sem porquês

Vincam minh’alma de pregas

Rebuscam meu português

Sou borracho em adegas

Arre... o que estou pensando?

Não sou esse ser que ecoa

Preciso reler Fernando

Ainda que noutra p´ssoa

Ah... e comendo chocolate

Não sou mais pequena... Poeta

Mas preciso me lambuzar de chocolate

(ainda embriagada de ídolos...)