Não tenho esse direito...
Queria partir, para alcançar o eterno...
Buscar no etéreo a vontade incontida.
Senti-me, então, cansada da vida
e pensei já não ter este abraço tão terno...
Me falta o direito de desistir desta luta,
fugir, com receio, de tanta labuta...
Deixar a tristeza, como herança do pleito,
que foi registrado com mágoa no peito...
Não posso ficar, assim, pessimista...
Deixar os que amo em pranto sentido...
Não sou só meu canto, nem só a premissa,
eu devo cuidar de quem me é querido...
Quando senti que, assim, deve ser,
bebi da importância de um santo prazer...
Amar é, também, parar prá pensar
que aquele que ama, mesmo chorando,
precisa na vida dos seus desejar
cuidar e amparar, não importa até quando...
O amor é, assim, preciso em vigor:
quem ama, sequer, pode esquecer
que a vida é o pranto chorado sem dor!
(às 22:41 hs do dia 20/01/2008)