OUTRA FLOR COM DEFEITO – a flor é um dia

o instante limítrofe
entre noite e dia
Já seu manoel acendeu a padaria
a pequena distância
sedento por dinheiro
o livreiro a livraria
badalaram os sinos
da primeira novena
chamando crentes e devedores
à décima parte
o som do dízimo dizimia
profanidade em novenaria
um besouro rotundo e negro
colidiu na vidraça
era um olho alucinado
sôfrego por leitura
veio visitar minha palavraria
mais um dia com defeito
besouros não precisam ter motivo


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Edmir CARVALHO BEZERRA
Enviado por Edmir CARVALHO BEZERRA em 09/12/2005
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