VEM EM SILÊNCIO
Vem...
Noite nascida destronada
Vem em silêncio
Faze da montanha um bloco
Só do teu corpo
Rasga as diferenças
Desce nos montes que sobem
As casas estão com fome
De distâncias imprecisas
Impossível de percorrer
Nossos sonhos se vão
Mas deixam a raiz
E os frutos são nossos sonhos
Do antiquissimo de nossa alma.
Vem solenemente
Com uma oculta vontade de soluçar
Não dominamos nossos gestos
Com tristeza desprezada
Arranca minha angústia
De inutilidade ao anoitecer.
Como flor desfolhada
Gosto do por-do-sol
Acho-o triste
Mas como gosto de olhar
O por-do-sol de minha terra
É o mais belo,igualç não há.
Só os tristes o admiram
Onde arde o rubro
Que talvez seja o futuro...
Vany Campos